O Black Rebel Motorcycle Club, a melhor banda de rock em atividade no planeta, (para o meu gosto) já está em seu quarto disco. O primeiro e o segundo, de 2001 e 2003 (B.R.M.C e Take them on, on you...) podiam ser tomados por uma cópia, ou atualização para os mais benevolentes, do som do Jesus & Mary Chain. Mais raiva e menos melancolia é verdade, no entanto, o Black Rebel seguia bem de perto a mistura de melodia e sujeira que o Jesus emprestou do Velvet Underground, mais especificamente, de White Light White Heat disco de 1968, cujo paralelo mais próximo é Helther Skelther, Revolution 9 do álbum banco dos Beatles, também de 1968.
O terceiro disco foi uma surpresa. Howl, de 2005, é uma pesquisa musical das raízes do rock: um disco essencialmente acústico em que o blues toma o primeiro plano e as belas melodias e harmonias se sobrepõem ao peso e à sujeira dos discos anteriores. Baby 81 de 2007, quarto disco da banda, é um trabalho mais complexo e cheio de nuances, em que os elementos dos discos anteriores aparecem combinados sem perder a contundência. Porque o que faz o Black Rebel interessante é sua capacidade de criar canções altamente comunicativas e emocionantes sem perder a originalidade, que aparece nos timbres, nos vocais e na mistura de doçura e peso que fez a fama de grandes bandas como Pixies, Smashing Pumpkings, REM, Oasis, o próprio Jesus e tantas outras. Sem destoar da voga levemente passadista do rock atual, o Black Rebel se destaca especialmente para capacidade de renovar seu som de um disco para o outro.
Nesta mesma linhagem musical, o Times New Viking chega a seu terceiro disco. Rip It Off, deste ano, segue Dig Yourself e Present Paisley Reich de 2005 e 2007 respectivamente. O som da banda também remete ao Jesus e ao Velvet, mas em sua linhagem mais agressiva e incômoda. A idéia não é ser melodioso, mas extremamente barulhento e sujo, a ponto de destruir os tímpanos do ouvinte. A influência punk do Jesus é radicalizada pelos Vikings que, como o Atari Teenage Riot, querem apenas cantar a violência pura, no caso dos Vikings, sem qualquer ideologia: o Atari tinha uma posição política clara, levada adiante pelo líder da banda, o anarquista Alec Empire, em seus geniais discos solo.
Como fazer barulho não é para qualquer um, é preciso que surjam bandas como os Vikings para que a raiva profunda que sentimos de tudo e de todos possa ser figurada de maneira adequada. Diante da realidade de hoje, o som das bandas punk da década de 70 soa melódico, quase sinfônico. É preciso mais distorção e sujeira, mais microfonias e percussão, mais urros e mais gritos para dar voz aos sentimentos de horror e odio que sentimos atualmente. O Black Rebel, um pouco menos agressivo, é para aqueles momentos em que as coisas fazem um pouco mais sentido. Mas as duas bandas, cada uma à sua maneira, dá voz ao mesmo animal que nos habita, cujo desejo mais profundo é destroçar, sangrar, desmembrar, dissolver, destruir o mundo inteiro sem sentir qualquer remorso.
O terceiro disco foi uma surpresa. Howl, de 2005, é uma pesquisa musical das raízes do rock: um disco essencialmente acústico em que o blues toma o primeiro plano e as belas melodias e harmonias se sobrepõem ao peso e à sujeira dos discos anteriores. Baby 81 de 2007, quarto disco da banda, é um trabalho mais complexo e cheio de nuances, em que os elementos dos discos anteriores aparecem combinados sem perder a contundência. Porque o que faz o Black Rebel interessante é sua capacidade de criar canções altamente comunicativas e emocionantes sem perder a originalidade, que aparece nos timbres, nos vocais e na mistura de doçura e peso que fez a fama de grandes bandas como Pixies, Smashing Pumpkings, REM, Oasis, o próprio Jesus e tantas outras. Sem destoar da voga levemente passadista do rock atual, o Black Rebel se destaca especialmente para capacidade de renovar seu som de um disco para o outro.
Nesta mesma linhagem musical, o Times New Viking chega a seu terceiro disco. Rip It Off, deste ano, segue Dig Yourself e Present Paisley Reich de 2005 e 2007 respectivamente. O som da banda também remete ao Jesus e ao Velvet, mas em sua linhagem mais agressiva e incômoda. A idéia não é ser melodioso, mas extremamente barulhento e sujo, a ponto de destruir os tímpanos do ouvinte. A influência punk do Jesus é radicalizada pelos Vikings que, como o Atari Teenage Riot, querem apenas cantar a violência pura, no caso dos Vikings, sem qualquer ideologia: o Atari tinha uma posição política clara, levada adiante pelo líder da banda, o anarquista Alec Empire, em seus geniais discos solo.
Como fazer barulho não é para qualquer um, é preciso que surjam bandas como os Vikings para que a raiva profunda que sentimos de tudo e de todos possa ser figurada de maneira adequada. Diante da realidade de hoje, o som das bandas punk da década de 70 soa melódico, quase sinfônico. É preciso mais distorção e sujeira, mais microfonias e percussão, mais urros e mais gritos para dar voz aos sentimentos de horror e odio que sentimos atualmente. O Black Rebel, um pouco menos agressivo, é para aqueles momentos em que as coisas fazem um pouco mais sentido. Mas as duas bandas, cada uma à sua maneira, dá voz ao mesmo animal que nos habita, cujo desejo mais profundo é destroçar, sangrar, desmembrar, dissolver, destruir o mundo inteiro sem sentir qualquer remorso.
|