08 setembro, 2009

Não faz mal a ninguém: The XX

:: Diogo Rodriguez

Um New Order sem agressividade, um sonzinho triste de fundo. Isso é o The XX, banda (?) inglesa que eu descobri não sei como. Estava na minha pasta de músicas e não lembro como foi parar ali. Dei um rápido google e vi que eles já são relativamente famosos (NME e tudo). O disco de estréia deles saiu no dia 17 de agosto.

Agora, o show deles tem que ser em teatro, porque a coisa é muito calma. Até demais em algumas horas. Será que na hora de tocar eles pegam pesado no "e" e ficam mais animados? Bom, de qualquer jeito, não ouça dirigindo. É perigoso. Mas é legal.

The XX - "Crystalised"

20 agosto, 2009

Punk rock underground feminista: Bikini Kill


:: José Rodrigo Rodriguez
Falar de sexo fora do registro pornográfico é muito difícil. Podem examinar toda a história da literatura: falar do assunto sem dissolvê-lo nas palavras elevadas do amor; o sexo em sua animalidade e carnalidade é dos temas mais difíceis. Sexo e política: pior ainda. Faz tempo a relação sexual foi politizada em razão de questões como estupro, abuso de mulheres, de homens e de crianças. O impulso veio do feminismo, mas o problema é geral: a relação sexual e o prazer são hoje um problema público e privado, uma questão da cidade e da casa.

Que linguagem usar para falar desse assunto? Que forma inventar? O problema que a Banda Bikini Kill, central para o mivimento conhecido como RIOT GRRRL, enfrentou nas duas letras traduzidas abaixo é complicado para qualquer escritor. Sem cair em maniqueísmos a banda se sai muito bem ao falar da sexualidade feminina em versos cheios de hesitações e repetições que preparam estrofes claras e diretas sobre os problemas que desejam abordar, despida a linguagem de qualquer artifício. O objetivo estético é eliminar toda e qualquer ambigüidade, com violência se necessário, para constituir um ponto de vista que vê a si mesmo como ignorado pela sociedade.

Esta necessidade de falar algumas coisas de forma clara e na nossa cara motiva a escolha do estilo, coloquial a ponto de ser constrangedor, cheio de gírias e palavrões entre os quais reluzem versos de altíssima carga emotiva como:

Só porque meu mundo, querida, é tão fodidamente,
Merda, cheio de estupro – - Isso quer dizer que
Meu corpo será sempre fonte de dor?
Não, não, não.

Ou:

E então, você, você, você, você, você, você, você, você, você, você, você, você,
Vá dizer para a porra dos seus amigos
O que eu pensei e como me senti
Como, caralho, a porra
Da minha boceta cheira
Você já disse para eles?

O efeito é extremamente agressivo; como se alguém passasse um bom tempo balbuciando ou grunhindo sentenças sem muita ligação entre si para ser capaz de formular algumas frases que soam como um soco no estômago. A dificuldade na formulação, a violência, a hesitação, tudo se liga à gravidade e intimidade do assunto abordado. Quem se sentiria completamente à vontade discutindo, por exemplo, o cheiro de uma boceta?

Nada nos textos é ingênuo ou displicente. O tom confessional e coloquial pode enganar o leitor desatento. Mas a pontuação, a escolha de palavras, o ritmo, a forma de diálogo, tudo está a serviço do eu poético que tem urgência de falar sobre um assunto difícil para tentar pensar novas formas de sexo a partir de elementos velhos, uma linguagem nova a partir de palavras e relações marcadas pelo violento modelo do estupro.

Emancipar o sexo/linguagem: daí a necessidade do Bikini Kill de politizar questões tão íntimas e tão complexas para encontrar uma linguagem/relação emancipada. Falar de forma direta, de indivíduo para indivíduo, sem metáforas ou mediações, foi a solução adotada pelo eu poético que deseja convencer os ouvintes de seu ponto de vista. Pois o Bikini Kill, banda formada apenas por mulheres, acredita na emancipação do sexo/linguagem e quer nos convencer disso. Quer falar sobre o assunto, mesmo que seja difícil e duro.

Apesar de tudo, apesar de você comentar com seus amigos o cheiro da minha boceta, “Acho que gosto de você/ Acho que sim” e “Eu creio nas possibilidades radicais do prazer”. Pois um dia, talvez, você possa vir a trepar comigo e não se limite a me foder! Afinal, as mulheres também gostam de trepar para sentir prazer!

O som? Punk rock, claro.Nada mais adequado.



Eu gosto de trepar

Bikini Kill

Ei! Você acredita que há algo
além desta realidade tosca? E acredito, eu acredito.

É tão difícil estar apenas bem
Estar feliz, cara, é o que às vezes
Me dá mais medo
Cara, tipo, é tão difícil para
mim, lutar – - eu não sei eu
Acho que nunca lutei – - Porque você
Não me mostra como – - como sair de mim

(ela é tão “Caguei!”)

Só porque meu mundo, querida, é tão fodidamente,
Merda, cheio de estupro – - Isso quer dizer que
Meu corpo será sempre fonte de dor?
Não, não, não.

(Ela é tão “Caguei!”, Ela é tão “Caguei!”)

Só porque eu falei claro, querida
não quer dizer nem por um minuto que você
deva pensar que eu sou o contrário de
qualquer coisa – - mas se você quer ter certeza
eu digo

Nós não vamos provar nada nada
Sentadas, paradas, olhando nossa fome
O que precisamos é de ação/estratégia
Eu quero eu quero eu quero
Eu quero agora

Eu creio nas possibilidades radicais do prazer, cara.
Eu creio. Eu creio. Eu creio.

Tradução: José Rodrigo Rodriguez

I like fucking

Hey do you believe there’s anything beyond troll-guy reality?
I do. I do. I do.

It get’s so hard
Just to be okay
Sometimes being happy baby
Is what I’m most afraid of
Baby you know
It gets so hard for me to fight
I don’t know how
I guess I never did
Why don’t you show me now
How to lose control

(She’s so very I don’t care She’s so very I don’t care)

Just cuz my world sweet sister
Is so fucking goddamn full of rape
Does that mean my body must always be a source of pain?
No. No. No.

(She’s so very I don’t care She’s so very I don’t care)

Just cuz I named it right here sweet chickadee
Don’t mean for a minute you should think
I’m the opposite of anything
But if you wanna know for sure I’ll tell you
We’re not gonna prove nothing, nothing
Sittin around watching each other starve
What we need is action/strategy
I want. I want. I want.
I want it now.

What I want. I believe in the radical possibilities of pleasure babe
I do. I do. I do.

16 agosto, 2009

Canção do domingo: “Ol’ Man River”

Cartaz do filme Show Boat, de 1936

Existem diversas versões para “Ol’ Man River”, gravada originalmente pelo tenor Paul Robeson, para o musical Show Boat, de 1927. O espetáculo trata das vidas de pessoas que trabalham e viajam no barco Cotton Blossom, que navega as águas do Rio Mississippi.

Incrivelmente temas como o racismo e preconceitos em geral fazem parte da trama, algo impensável nos anos 20 americanos. “Ol’ Man River” fala justamente do sofrimento dos trabalhadores negros, condenados à lavoura de algodão, ao trabalho manual, ainda semi-escravo.

Mais surpreendente ainda e pensar que quem melhor interpretou a canção foi Frank Sinatra, alguém que nada tinha de revolucionário. O mais próximo que o descendente de italianos chegou foi da máfia, segundo dizem as lendas. Obviamente que não se pode querer rotular um artista pelas canções que ele escolhe cantar. Porem, ouvir o branco de olhos azuis Sinatra cantando “Here we all work ‘long the Mississippi/Here we all work while the white folk live” (Aqui estamos nos trabalhando no Mississipi/Aqui estamos nos trabalhando enquanto a gente branca vive) causa um certo desconforto, um descompasso.

A arte, a musica, não tem o compromisso de fazer afirmações políticas e sociais, apesar de terem essa liberdade. Como fez Elvis Presley quando dançou de maneira lasciva no programa de Ed Sullivan (a moda dos negros, considerados obscenos), Sinatra deu apenas uma cutucada no establishment, fazendo com que aqueles que queriam pensar, pensassem, sem carregar nenhuma bandeira.

Não era papel dele, Frank Sinatra, “blue eyes”, arriscar e passar a ser um Bob Dylan dos anos 50. Mas certamente a questão da segregação dos negros era algo que fazia brilhar menos seus olhos azuis.

Frank Sinatra: "Ol' Man River" (somente audio):

15 agosto, 2009

O passado me condena [Underground nos anos 80 e 90]

Shaun Ellsworth, Perplexed

:: Jose Rodrigo Rodriguez

“Que tipo de som você gosta?”

“Muitas coisas, mas cresci ouvindo Rock. Isso é o básico.”

“Legal? O que gosta de Rock brasileiro?”

“Bom, eu adorava o Vzyadoq Moe. Ouvi muito os primeiros discos do De Falla, Violeta de Outono. Putz, também aquela coletânea em homenagem ao Arnaldo Baptista, “Sanguinho Novo”. O Fellini tocando “Loki”… Eu adoro aquilo. Olho Seco. Eu não era punk, mas achava impressionante o som deles. Comecei por aí…”

“Ahn..? O que?”

Tive diálogos como esse dezenas de vezes nos últimos tempos. A partir deste ponto da conversa, a saída é o silêncio, a mudança brusca de assunto, ou a menção de bandas como Titãs, Paralamas, Legião Urbana que eu NÃO ouvia e NÃO gostava na época. Hoje, mais tolerante com o mundo POP, até curto. Mas para quem gostava de Rock entre o final dos anos 80 e anos 90, esse povo fazia música POP e ia ao Chacrinha para ganhar dinheiro. Não havia nada de transgressivo naquilo. Sonzinho coxa para as massas. Renovaram o POP, mas eram a retaguarda do Rock.

E os caras podiam cheirar e fumar baseado o quanto quissessem (desde quando ser louco é trangressão?): seu som era comercial na veia. Fácil de ouvir, fácil de engolir, fácil de mostrar para a mãe e para o pai. Talvez à exceção do IRA! (parente em primeiro grau da cena underground paulistana), Lobão e Barão Vermelho, havia tanto roquenroll no assim denominado “Rock Brasil” quanto existem pessoas ponderadas e conciliadoras na Al-Qaeda. Que existem, existem, mas tem que procurar com lupa.

Sempre que mantenho diálogos como o que mostrei acima, é difícil evitar a sensação de ter tido meu passado roubado. A história do Rock brasileiro tem sido escrita apenas do ponto de vista do mainstream, do que fazia sucesso, especialmente depois dos anos 70, quando se forma, de fato, a indústria cultural. A cena underground dos 80 e 90 (rock e punk), o rock psicodélico brasileiro dos anos 60 e 70 (um mundo a ser descoberto) e tantas outras coisas, são deixadas de lado, seja porque as pessoas têm preguiça de pesquisar, seja porque querem apenas falar do que pode dar certo. Ou do que pôde dar certo. Traçam uma linha reta que vem da Jovem Guarda (outro movimento POP) , passa pela Blitz e termina na cuticuti da Mallu Magalhães, sem olhar atalhos ou desvios. Mas a história não é feita de linhas retas.

O resultado é a predominância do POP, da música fácil e comercial, na história do nosso roquenroll. Do ponto de vista pessoal, isso resulta em eu não ter com quem partilhar e conversar sobre coisas que tomavam (e ainda tomam) muito tempo da minha vida. Pois à exceção de alguns gatos pingados, quase ninguém sabe que essas banda existiram e fizeram parte de uma cena forte, ao largo do “Rock-POP-Brasil-COXA”, cuja história ainda não foi contada. Começa a haver voluntários para desfazer esta hegemonia da musica facinha: vejam o texto anterior do Diogo. Algumas destas bandas voltaram a tocar, voltaram a despertar interesse. Shows recentes de Fellini, Smack, Mercenárias, Harry, Violeta (que nunca parou). Talvez a ficha comece a cair agora, quinze anos depois…

Seria genial. Especialmente neste momento, em que a internet e o barateamento dos custos de gravação abrem espaço para se fazer música não comercial sem precisar vender a mãe e/ou as cuecas. Casas de show aparecem, um novo circuito, talvez alguma grana, mesmo que não sejam milhões. Todos sabem que o undergound praticamente morreu, ao menos no Brasil, lá pelo final dos anos 90. O que temos hoje, quase sem exceção, são bandas que almejam fazer sucesso e bandas que já fazem sucesso.

Convenhamos: quando o projeto de vida de alguém, logo de saída, é aparecer na Globo e sair na Veja, tudo está perdido. Afinal, ninguém sai na Veja ou aparece na Globo impunemente: tem que diluir a mensagem, simplificar a expressão, situar-se rente ao lugar comum, falar de coisas anódinas com todo o cuidado para não ofender a maioria e perder audiência, ou seja, é preciso virar um coxa.

Nada de errado com isso, só não dá para entrar nesse jogo e reinvindicar o título de transgressor. Lamento, mas não dá mesmo. Não se pode ter tudo na vida. Como eu gosto de diversidade na música, acho que o mundo fica mais interessante quando mainstream e underground convivem, trocam experiências, modificam um ao outro. Aparentemente, isso está acontecendo de novo, ou pode vir a acontecer. Talvez eu esteja otimista demais…

Mas o fato é que se pararem de surgir bandas como Velvet Undergroung, The Stooges, Einstüerzende Neubauten, Cabaret Voltaire, Sonic Youth, Vzyadoq Moe, Throbbing Gristle, Olho Seco, As Mercenárias, Smack, o mundo vai perder o sentido para mim e o Rock vai ser dominado pelos Dinhos Ouros Pretos dessa vida, hoje reencarnados ainda em vida nos EMOs, na cuticuti da Mallu e em Tatá Aeroplano. Não me entendam mal: todos têm o direito de existir e se divertir como músicos de roquenroll. O que me assusta é a perspectiva de padronização e “coxinização”.

Por isso é importante contar essa história esquecida. De novo, Caetano Veloso pegou as coisas no ar. No momento crucial, percebeu, com “Cê” e “zie e zii”, que um dos modelos disponíveis de transgressão está nesse veio, o undergound dos anos 80 e 90, que ocorreu no mundo todo e no qual o Brasil tem uma honrosa inscrição. Os caras criaram selos, fizeram revistas, fundaram clubes, ou seja, se apropriaram dos meios de produção cultural para fazer uma música diferente, ao largo dos esquemões das gravadoras. Ouçam as bandas que acabei de mencionar e tantas outras, que vocês vão descobrir se forem fuçando por aí, depois digam se estou errado.

O mundo está melhorando!

Mas será mesmo?
Para Fabíola e Felipe

14 agosto, 2009

Não temos tempo a perder: Smack

:: Diogo Antônio Rodriguez

Estou me sentindo injustiçado. Passei muito tempo acreditando que o rock nacional se resumia ao "BRock" que tocava e toca na televisão, achei que os heróis brasileiros eram mesmo Renato Russo e Cazuza. Ontem à noite descobri que há uma versão da história do nosso rock que não foi contada.

Ao longo dos últimos meses, percebi que há um encaixe faltando na linha lógica. Celly e Tony Campello, Jovem Guarda, Os Mutantes e... caímos direto na RPM, Paralamas, Ira! e Legião Urbana? Saímos do psicodélico avant-garde e fomos direto para o pós-punk e o new wave coxinha? Não, caros leitores. O que falta é o elo principal para entender São Paulo hoje em dia, o começo dos anos 80.

Digo isso porque no show Smack/Mercenárias que aconteceu agora há pouco na Livraria da Esquina as peças se encaixaram. As últimas refrescaram a memória de que de fato tivemos uma cena punk. Os primeiros mostraram que o punk, o pós-punk, o art-punk, o rock setentista, todos foram absorvidos aqui em São Paulo e reagrupados. Melhor dizendo, sintetizados.

Você já ouviu Edgard Scandurra tocando ao vivo? Então corra. Se você diz que gosta de rock, corra. Ouso dizer que ele é um dos melhores guitarristas do Brasil. Fácil dizer isso, convenhamos
.

As Mercenárias

Ouvi Smack poucas vezes. Não sei nem assoviar as músicas. Arrependo-me. Perdi tempo achando que não havia horizonte entre Arnaldo Baptista e Dinho Ouro Preto. Fui levado a comprar discos que não deveria ter comprado. Smack e Mercenárias, esse é o som que deveria ser obrigatório para nós, fãs de rock brasileiros, junto com The Clash, Ramones, Velvet Underground. "Garoto, você tem que ouvir os discos do Chico; e os do Edgar Scandurra". Esse é o tipo de pai que serei um dia.

Durante a apresentação do Smack não pude evitar de pensar no Television. Linhas de guitarra fraseadas, mas suingadas e punks. Agressividade de Pete Townsend e a doçura melódica que se ouve em "Marquee Moon". Scandurra mete a mão na Stratocaster sem palheta, sem muita distorção e enchia o pequeno clube paulistano de som - não havia muita gente presente.

Sinto-me culpado agora. Talvez tivesse sido melhor ter ficado em casa e sido feliz na ignorância. Caminho sem volta, encontrei uma parte do meu DNA que pensei estar em Londres ou Boston. Peço licença a José Ramos Tinhorão e digo: não estávamos copiando o punk e o pós-punk. Nós também os sintetizávamos (com o perdão do trocadilho). Os Mutantes estiveram na crista da onda; a São Paulo dos anos 80 (a dos clubes e dos pequenos selos) também.

13 agosto, 2009

Show hoje (13/08): Smack e Mercenárias

Quero ver o Compadre Washington gritar "mercenááária!"

Os anos 80 alternativos paulistanos estão com tudo mesmo. Além de tocarem na Galeria Olido no sábado, às 18h, As Mercenárias subirão no palco da Livraria da Esquina hoje! Além delas, o Smack, banda de Edgar Scandurra estará por lá também. Recomendável para os saudosistas da época e os jovens que não conhecem a história underground de São Paulo.

Smack e Mercenárias (13/08)
Livraria da Esquina (Rua do Bosque, 1254, Barra Funda)
A partir das 22h
R$ 20 (R$ 15 com nome na lista)

A United Airlines quebra guitarras

Quebraram seu violão, mas não o bom-humor

Não, a companhia aérea americana United Airlines não está patrocinando um novo festival de rock grunge.

Dave Carroll, um cantor country canadense (!), estava viajando pela United de Halifax, sua cidade natal, a Chicago. Chegando ao destino, descobriu que a companhia havia quebrado seu violão. Pediu ajuda aos funcionários, reclamou, teve de colocar os pedaços da viola no saco e ficar sem indenização.

Ainda bravo com a situação, o experiente músico resolveu fazer o que sabe e escreveu uma canção. Melhor, fez um vídeo amador hilário e o postou no Youtube:


A "canção de protesto" está fazendo sucesso na internet e Dave ganhou visibilidade. Melhor ainda, fez a United se pronunciar e avisar que vai ressarcir o cantor. Ele, nem um pouco tonto, abriu mão do dinheiro (que não devia ser grande coisa) e pediu que fosse doado à caridade. Veja sua declaração:


Esse é um ótimo exemplo de como a música ainda pode ter um certo poder. Pena que seja só para garantir mil dólares a alguma associação de caridade qualquer. Bons tempos em que as canções protestavam em nome de partes da sociedade, e não só de um indivíduo. Ainda assim, essa história não deixa de ser engraçada.

12 agosto, 2009

Eles estão chegando: Friendly Fires

Eles parecem ser "friendly", vamos ver se têm "fire"

No sábado e na segunda o Brasil terá a chance de ver o show de uma banda iniciante no seu auge (por enquanto, claro). O Friendly Fires faz shows no Rio (15/08) e em São Paulo (17/08), na primeira turnê deles por aqui. Dessa vez até que a coisa andou rápido, já que o disco de estréia saiu no ano passado.

É cada vez mais comum bandas iniciantes estrangeira passarem pelo Brasil logo no começo da careeira, coisa que não acontecia até certo tempo atrás. O Radiohead demorou quinze anos para nos dar o Airbag de sua graça.

Com o som do momento, o Friendly Fires mistura punk, pós-punk e música dançante em geral. Eu e uma amiga chegamos à conclusão de que as fortes levadas de baixo do disco são influenciadas pelo Gang of Four. O resultado é um som empolgante e agressivo ao mesmo tempo.

Acho que fui o último a descobrir os Friendly Fires, o que significa que só faz uma semana que tive acesso ao disco. Não resenho, mas recomendo. Os que conseguiram comprar ingressos provavelmente vão ver um belo show, o que não é o meu caso.

Friendly Fires - "Paris"