:: Rodrigo Celso
Meu irmão deve ter alugado o mesmo desenho da turma da Mônica umas 40 vezes quando era criança. Vivíamos a época do vídeo-cassete e das vídeo locadoras. Eu oferecia outros filmes, mas ele queria levar sempre o mesmo, que assistia com entusiasmo renovado ... todas as 40 vezes! Todos nós vivemos histórias assim que revelam, em maior ou menor grau, nosso amor pela repetição. Por que será? Minha impressão é que repetir dá uma sensação de segurança; dá alguma garantia, mesmo ilusória, de que o mundo não vai mudar nunca.
Os discos novos de Oasis e AC/DC realizam plenamente nossos mais arcaicos desejos de repetição. Essas duas bandas de riff, com clara vocação POP, realizaram plenamente seu potencial em, respectivamente, "Dig Out Your Soul" e "Black Ice". Os discos são tão perfeitos, mas tão perfeitos, que é difícil dizer qualquer coisa. Dá vontade apenas de exclamar, entusiasticamente: "Gu, gu!".
Antes mesmo de ouvir os CDs você, que não chegou ao Rock ontem, sabe exatamente o que esperar. É muito fácil identificar todos os truques e trejeitos das duas bandas e se deixar levar por sensações de aconchego e sentimentos de felicidade. Como nos momentos em que entrávamos embaixo de nossos cobertorzinhos e mamãe ou papai liam historinhas antes irmos de nanar. Tudo soa familiar, quentinho, macio e gostoso. Afinal, para um roqueiro de verdade, ouvir Angus Young tocando seus riffs poderosos e vestindo a mesma roupinha de colegial de sempre, é muito parecido com ganhar uma chupeta nova ou avistar, mesmo que ao longe, nossa mamadeira noturna de leite morno.
Em uma palavra: delícia!
Meu irmão deve ter alugado o mesmo desenho da turma da Mônica umas 40 vezes quando era criança. Vivíamos a época do vídeo-cassete e das vídeo locadoras. Eu oferecia outros filmes, mas ele queria levar sempre o mesmo, que assistia com entusiasmo renovado ... todas as 40 vezes! Todos nós vivemos histórias assim que revelam, em maior ou menor grau, nosso amor pela repetição. Por que será? Minha impressão é que repetir dá uma sensação de segurança; dá alguma garantia, mesmo ilusória, de que o mundo não vai mudar nunca.
Os discos novos de Oasis e AC/DC realizam plenamente nossos mais arcaicos desejos de repetição. Essas duas bandas de riff, com clara vocação POP, realizaram plenamente seu potencial em, respectivamente, "Dig Out Your Soul" e "Black Ice". Os discos são tão perfeitos, mas tão perfeitos, que é difícil dizer qualquer coisa. Dá vontade apenas de exclamar, entusiasticamente: "Gu, gu!".
Antes mesmo de ouvir os CDs você, que não chegou ao Rock ontem, sabe exatamente o que esperar. É muito fácil identificar todos os truques e trejeitos das duas bandas e se deixar levar por sensações de aconchego e sentimentos de felicidade. Como nos momentos em que entrávamos embaixo de nossos cobertorzinhos e mamãe ou papai liam historinhas antes irmos de nanar. Tudo soa familiar, quentinho, macio e gostoso. Afinal, para um roqueiro de verdade, ouvir Angus Young tocando seus riffs poderosos e vestindo a mesma roupinha de colegial de sempre, é muito parecido com ganhar uma chupeta nova ou avistar, mesmo que ao longe, nossa mamadeira noturna de leite morno.
Em uma palavra: delícia!
Obrigado Papai do Céu!
Observação: Os discos são contra-indicados para todos aqueles que pretendam algum dia se tornar completamente adultos. Esses, certamente vão achar ridícula a roupinha maravilhosa de Angus Young e completamente desnecerrária a eterna pose de moleques folgados dos irmãos Gallagher.
Observação: Os discos são contra-indicados para todos aqueles que pretendam algum dia se tornar completamente adultos. Esses, certamente vão achar ridícula a roupinha maravilhosa de Angus Young e completamente desnecerrária a eterna pose de moleques folgados dos irmãos Gallagher.
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